O STATUS DE PALAVRA FONOLÓGICA EM AFIXOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Autores

  • Michele Monteiro de Souza Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Aline Alves Fonseca Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n2a18035

Palavras-chave:

Fonologia Prosódica, Palavra Fonológica, Afixos

Resumo

Este artigo investigou o status de palavra fonológica em português brasileiro (PB) com base na Teoria da Fonologia Prosódica (NESPOR & VOGEL, 1986; 2007) e abordagens que caracterizam a interface entre aspectos fonológicos e morfológicos do léxico (VIGÁRIO, 2003). A Teoria da Fonologia Prosódica propõe que a palavra fonológica é um nível da hierarquia prosódica em que se verifica o mapeamento entre os componentes fonológicos e morfológicos da gramática. A proposta de Vigário (2003) indica que palavras sufixadas em português poderiam formar duas palavras fonológicas, na medida em que apresentariam dois acentos de palavra. Desse modo, o objetivo deste estudo consiste em analisar o padrão acentual de palavras formadas por afixos átonos e tônicos, a fim de verificar se prefixos e sufixos tônicos em PB formam uma palavra fonológica autônoma. Realizou-se uma tarefa experimental de leitura para a gravação de sentenças contendo grupos de palavras formadas por afixos, e efetuou-se a análise acústica das médias de duração silábica para comparar o padrão acentual da sílaba principal da raiz na palavra primitiva com a mesma sílaba nas palavras com afixos. Os resultados encontrados não apontam para a autonomia dos sufixos tônicos nos grupos de palavras analisados, sugerindo que, em PB, as palavras derivadas com afixos tônicos formariam uma única palavra fonológica.

Biografia do Autor

Michele Monteiro de Souza, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística  na Universidade Federal de Juiz de Fora.

Aline Alves Fonseca, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professora adjunta da Universidade Federal de Juiz de Fora, possui Doutorado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

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Publicado

2018-12-28